terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Chegamos ao vigésimo dia de viagem e o primeiro dia de fevereiro de 2011, com 10.660 Km rodados.
São muitas fotos e estórias!
A intenção era manter uma constante atualização do blog durante a expedição, mas isso não foi possível em função das muitas atividades e de não se ter acesso a internet em diversos lugares onde pernoitamos. Agora, retornando por sobre nossos passos (como diz o pai), posso abrir o caderno em que fiz anotações durante todo percurso e registrar aqui, brevemente, nosso roteiro.
Carol

12.01.11
Partimos de Picada café às 16h 40 min. Fiz uma parada em POA para pegar a Luísa e o Andreas e então partimos rumo a Santana do Livramento, onde encontramos Zé Lenz, Vera e Fernanda, e pernoitamos.

13.01.11
Até o meio dia ficamos envolvidos na solução técnica da viatura do Zé Lenz.
Às 15h30min fizemos a aduana da argentina, entre as cidades de Paysandu e Cólon. Pegamos a Ruta 135 e, às 7 da noite fomos parados por uma blitz, sendo que nós fomos imediatamente liberados. Porém, nossos companheiros receberam uma multa de 1700 pesos que foi resumida em uma propina de 300 pesos argentinos.
Pernoitamos na cidade de 9 de Julho.
Obs1: Chamou atenção a intensa circulação de motociclistas que não usavam capacetes.

14.01.11
A parada em 9 de Julho oi estratégica para realizar a revisão da nossa viatura, pois ali encontramos autorizada. (10000Km na revisão)
ÀS 10 e meia da manhã partimos em direção a Trenque Lauquen, onde aguardamos a família do Zé – que estava consertando o carro – e a família do Irno Lenz.
Depois do diagnóstico positivo da viatura do Zé e do encontro com a família do Irno, seguimos a viagem, às 17h30min, em direção a Puerto Madryn, onde a família do Santi estaria pousando no início da noite para se incorporar a expedição.
Já na província de Rio Negro, pernoitamos na cidade de General Conesa.
Obs.: A bonita paisagem de plantações de girassóis nas proximidades de 9 de Julio.

15.01.2011
Às 9 horas partimos de General Conesa.
Em Santo Antonio do Oeste paramos para abastecer e fomos avisados por um ushuaiense que, devido à greve de chilenos na divisa dos países Chile/Argentina, a aduana estava fechada.
Esse fato implicaria em mudança de roteiro, já que para chegar à província de Tierra Del Fuego,e especificamente em Ushuaia, nosso destino mais austral, deve-se necessariamente entrar no Chile. Optamos por aguardar mais informações a respeito e torcer para que essa situação se resolvesse em poucos dias.
Seguimos pela Ruta 3 desde Santo Antonio do Oeste até a província de Chubut. Para Puerto Madryn, seguimos por estrada de ripio, ruta 42, costeando o mar. Aguardamos os companheiros de expedição e fomos para Trelew, onde pernoitamos.
Obs1: Ao longo das estradas se observam homenagens a um de tal Gauchito Gil, pelo visto muito venerado pelos argentinos.
Obs2: No trapiche, na praça em Puerto Madryn havia um cruzeiro que, lendo o jornal local, descobri se chamar “El Albatroz”. E também obtivemos novidades sobre a situação na aduana chilena nesse jornal.

16.01.11
Pela manhã visitamos o Museu Paleontológico Egidio Feruglio, em Trelew e então seguimos para a Reserva Natural Punta Tombo, onde há uma colônia de pingüins-de-magalhães e é a maior área de reprodução desses pingüins na Patagônia. Pudemos observar milhares de pingüins, inclusive filhotes, nas suas tocas ou pegando sol e vento.
Seguimos pela Ruta 3 e , por volta das 19h, passamos em Comodoro Rivadavia. Em Caleta Olivia pudemos observar extração de petróleo ao longo da via.
Chegamos ao camping em Puerto Deseado às 23h, quando já estava bastante frio e ventava.
Obs1: Encontramos um casal de brasileiros que retornavam sem ter conseguido chegar a Ushuaia e que comentaram a situação na Aduana chilena.

17.01.11
Após um café da manhã maravilhoso e com vista pro mar, passemos pela praia. À tarde fomos para Cabo Blanco, onde há um dos faróis mais antigos da costa, no topo do morro. No farol venta muito, mas é possível avistar focas nas rochas abaixo.
Retornamos a Puerto Deseado e preparamos a janta: pescado abadejo e centolla.
Obs1: O Beagle ancorou em Puerto Deseado em 1833.
Obs2: Nas redondezas de Pt. Deseado há muitas estâncias de criação de ovelhas e se vêem também guanacos.

18.01.11
Passamos o dia viajando rumo a Ushuaia. Às 17:30 fizemos a Aduana Argentina e em seguida a Aduana Chilena. Atravessamos o Estreito de Magalhães de balsa e às 22h retornamos para a Argentina. Chegando em Ushuaia começou a nevar e estava muito frio!
Obs1: Ainda às 23h havia claridade no céu a sudoeste.
Obs2: Em vários locais se lê: As Malvinas são Argentinas!

19.01.11
Descansamos no camping do Rio Pipo e passeamos pela cidade. Programamos as atividades do dia seguinte. Encontramos os companheiros da Expedição.

20.01.11
Pela manhã fizemos o passeio para o Cerro Martial, onde se pega um teleférico para chegar ao Glaciar Martial. No teleférico e já sobre o gelo se tem uma incrível vista do canal de Beagle.
À tarde fomos à Estancia Harberton, a mais antiga da Terra do Fogo, construída em 1886. A história dessa estância é bem interessante, sendo ainda administrada pelo bisneto do fundador.
Na estância visitamos o Museu Acatushun com um guia muito simpático que nos mostrou inclusive o laboratório dentro do museu e outra casa onde ficam os animais em decomposição que são estudados e depois utilizados no museu. Na sede da fazenda fizemos uma caminhada guiada pela floresta, onde há reconstruções de moradias de índios que viviam ali (yámanas), e construções da estância. Muito bom passeio!

21.01.11
Antes de partir de Ushuaia não podíamos deixar de tirar uma foto com o “Pipo”, um senhor muito boa gente que tirava sarro de alemães e gosta muito de brasileiros. Ele é o proprietário do camping e pousada onde ficamos.
Seguimos viagem para Punta Arenas com balsa novamente para atravessar o Estreito de Magalhães.

22.01.11
De manhã aproveitamos para conhecer a zona franca de Punta Arenas e comprar casacos impermeáveis, sacos de dormir, dentre outras coisas. Realmente é barato nessa zona franca.
Como estávamos hospedados em um “apart-hotel” tínhamos cozinha e então o pai fez o almoço: linguado com ervilha e milho.
Organizamos as coisas e seguimos viagem com destino a Torres Del Paine. Paramos em Puerto Nataes, onde pernoitamos.
Obs1: Fechamos 6000 Km no caminho para Puerto Natales.

23.01.11
Partimos de Puerto Natales às 9:30. No caminho para Torres Del Paine visitamos a Cueva do Milodón, uma caverna de rochas sedimentares, formada devido ao derretimento do gelo, e onde foram encontrados restos de pele e ossos de um animal chamado Milodón, antepassado do bicho preguiça.
Em Torres del Paine fizemos vários passeios pelo parque.
O primeiro passeio foi para o Lago Grey. Uma caminhada de aproximadamente 2 horas e meia pela margem do lago avistando icebergs do Glaciar Grey até chegar ao mirante. De longe, o iceberg é de um azul inacreditável, ao se aproximar podem-se ver as bolhas de ar no gelo transparente que derrete e se integra a água do lago.
O outro passeio em Torres Del Paine foi para o Salto Chico, onde se vê uma pequena hidrelétrica e se tem uma bela vista do salto com montanhas nevadas ao fundo.
O terceiro passeio foi para o mirador dos Cuernos. Nessa trilha há muito vento, de fazer voar, literalmente. Uma caminhada de 2h pela trilha com vista para lagos, cascatas e cachoeiras até chegar nos “Cuernos” que são morros de granito e basalto em camadas moldados pela ação do gelo.
Seguimos para o acampamento, onde encontramos o Irno e família.

24.01.11
Aproveitamos o acampamento e fizemos uma parte da trilha para as famosas Torres Del Paine. O pai quase chegou ao final da trilha após vento, chuva e neve. O único que chegou ao final foi o Bruno Lenz, sendo que o Irno e Vicente quase chegaram também.

25.01.11
Passeamos pelo parque de carro antes de partir para El Calafate, durante a viagem ainda se avistavam as Torres que dão nome ao parque. Na cidade de El Calafate passeamos pelo centro e fomos ao supermercado. Depois, seguimos para o Camping Lago Roca, muito bonito e organizado.

26.01.1
Visitamos o Glaciar Perito Moreno, um fantástico glaciar de cerca de 30 Km de extensão que está de fronte a Península de Magallanes. Dele se soltam icebergs que parecem pequenos visto das passarelas por onde se caminha e se observa uma imensa geleira que vem desde as montanhas nevadas ao fundo. A vontade que dá é ficar ali esperando cair mais um pedaço e mais pedaços na água de tão incrível que é.
Já no fim de tarde, pudemos aproveitar pra tomar um bom mate na beira do Lago Roca, calmo e rodeado por montanhas com neve. Paisagem linda e tranqüila! Dá para jogar pedrinhas na água e observar as pessoas pescando.

27.01.11
Fomos até El Chaltén para acompanhar a viatura do Irno que estava com problemas na embreagem, passeamos pela cidade e encontramos Santi e família que já estavam hospedados na cidade. Às 16h partimos para Bajo Caracoles pela Ruta 40, de ripio, de onde se avistam diferentes formações rochosas e paisagens desérticas. Chegamos às 22h em Bajo Caracoles, onde pernoitamos. A vila é no meio do nada e possui pouquíssimas opções de hospedagem, mas há um posto de combustível. Encontramos um casal de brasileiros no hostel que estavam fazendo aproximadamente o mesmo roteiro que nós, mas iniciavam em Bariloche.

28.01.11
Na Ruta 41 furamos o pneu. Paramos para trocar e aproveitamos para utilizar o diesel que trazíamos sobressalente em garrafas pet. Fizemos as aduanas e às 15h estávamos em Cochrane no Chile. Seguimos pela Carretera Austral (Ruta 7) até Puerto Tranquilo, onde pernoitamos. A Carretera nesse trecho é sinistra, com estrada íngreme e sinuosa, mas paisagem incrível!
Obs1: A Carretera Austral segue de Villa O’Higgins até Puerto Montt.

29.01.11
Em Rio Tranquilo há uma península de mármore com grutas formadas pela ação das águas do Lago General Carreras, que é assim chamado no Chile o mesmo lago que se chama Buenos Aires na Argentina. Fizemos a visita de barco às grutas e à Catedral de Mármol, monumento principal do passeio. Fantástico ver a água azul por dentro das grutas claras.
Organizamos tudo para partir de Rio Tranquilo. Fizemos uma parada em Coyhaique para abastecer e caminhar pela cidade. Seguimos para Puerto Aisén e Puerto Chacabuco, de onde partem ferryboats para Puerto Montt. Chovia constantemente. Pernoitamos em Puerto Chacabuco, onde conseguimos um bom e grande “apart-hotel” e o pai fez uma janta especial: 2 Kg de salmão!
Obs1: Do barco se vê a cidadezinha de Rio Tranquilo e ao fundo montanhas com muitos troncos de árvores secos que, de acordo com o guia do passeio, seriam remanescentes de um incêndio ocorrido em 1939.

30.01.11
Partimos às 9h e ainda chovia. Em Mañihuales se vêem troncos se deteriorando que, de acordo com o guia Footprint Patagônia seriam remanescentes da depredação empreendida pelos primeiros colonizadores.Parte da estrada para Futaleufú passa por dentro de floresta densa e rodeada por cascatas que se formam no topo dos morros e provêm de degelo, dentro do Parque Nacional Queulat.
Às 13h passamos por Puyuguapi, onde visitamos um pequeno museu local. Essa cidadezinha fica na ponta de um fiorde e foi fundada em 1935 por4 famílias vindas do sul da Alemanha.
Fizemos Aduanas e seguimos até El Bolsón, onde pernoitamos.

31.01.11
Partimos às 11h rumo a Santa Rosa, já retornando da expedição.
Obs1: Nos arredores de Neuquén é interessante ver as plantações de maçã, pêra, pêssego e ameixa.

01.02.11
Retornando da expedição.